No dia 8 de outubro, sexta-feira às 8h50 da manhã, Andres Bilbao, um dos co-fundadores da Rappi e meu chefe, me enviou a seguinte mensagem:
Call me later
What are you doing Sunday
I found this guy who could help build a bunch of gaming stuff
Maybe you can come here sunday and stay for 3-4 days while we brainstorm with this guy
Here representava uma distância de 3.624 km. Ele queria que eu viajasse mais de 7 mil quilômetros para passar uns dias conversando com esse cara que ele tinha acabado de conhecer na praia. Eu não fui. Para ser honesta, pareceu um pouco demais. Talvez eu devesse ter ido. O cara era o Caio Jahara, CEO e co-fundador da R2U, uma empresa de realidade aumentada
Apesar de não ter feito a viagem, nesse final de semana eu conheci virtualmente o criador do Mouse Haunt e os advisors do projeto e acompanhei um jogo ir do 0 aos 70 mil usuários no Discord em exatos três meses e arrecadar R$ 1 milhão em 24 horas com a venda privada dos NFT.
No sábado, eu pude ler, antes do próprio lançamento do projeto, o whitepaper do jogo e conversar com Pedro Camacho, o CEO do projeto. Após acompanhar de perto esse lançamento e conversar quase que cotidianamente com a equipe do jogo, hoje a insônia me fez a seguinte pergunta: como em eles saíram dos 0 aos 70 mil usuários no Discord?
Eu encontrei dois motivos.
Um game-play soberano
O primeiro motivo, e talvez o maior diferencial do Mouse Haunt em relação aos seus concorrentes, é que o jogo já existia. O Mouse Haunt não foi criado para ser um jogo blockchain, ele foi criado para ser um jogo divertido, para trazer um novo conceito aos jogos, de jogo após a morte. Você morre e continua jogando. O conceito, a história e o gameplay não foram subjugados a um FOMO, que apressa coisas ou cria coisas ''sob uma medida''.
Eu sempre ouço as pessoas dizendo que a comunidade cripto não se importa com os jogos, que ela só se importa em ganhar. Se isso é 100% verdade, me diga você. Mas sei que essa premissa faz com que os desenvolvedores muitas vezes também não se importem com o jogo, mas só com ganhar.
Infelizmente (ou talvez felizmente) o Mouse Haunt não foi lançado após ser finalizado devido ao share pedido pelos games studios. Quando você ama uma criação, não é possível entregar ela simplesmente para outra pessoa. Os criadores do jogo preferiram deixar o game de lado a entregá-lo. Com o desenvolvimento da indústria play-to-earn, eles viram uma oportunidade de lançar o jogo sem precisar dá-lo à ninguém. Eles escolheram dirigir os Axies não os taxis.
E isso é lindo porque nessa história, a blockchain fez exatamente o que ela foi concebida para fazer: eliminar os intermediários da equação. Citando o whitepaper do Bitcoin:
O custo da mediação aumenta os custos da transação, limitando o tamanho mínimo da transação prática e eliminando a possibilidade de pequenas transações casuais.
Podemos fazer uma releitura da frase:
O custo de um intermediário aumenta os custos da transação, limitando os projetos e eliminando a possibilidade de grande parte dos novos jogos.
Uma equipe F0D4
O Mouse Haunt realiza a proposta da blockchain, retira os intermediários e utiliza a tecnologia para entregar aos jogadores o valor que eles querem, como jogadores. Recompensados, mas jogadores. E aqui, chegamos ao que eu vejo como segundo motivo de sucesso do jogo. O projeto tem uma equipe excepcional. Meu chefe ficou apaixonado pelo advisor do projeto e queria que eu fosse conhecê-lo, com razão.
Para lançar o jogo, o Pedro buscou alguém que conhecesse de cripto e blockchain e que pudesse ajudá-los no processo de desenhar o tokenomics para um jogo já concebido e lança-lo. Se você não é Satoshi Nakamoto, você precisa de uma equipe e ela será em grande parte responsável pelo seu sucesso ou seu fracasso. A equipe se alinhou a esses caras doidos que conhecem cripto desde 2013 e são pioneiros no desenvolvimento de realidade e com o Andres para lançar o projeto.
Dedicação direcionada, habilidade em aprender rápido as respostas de perguntas novas e um pouco de desrespeito pelos finais de semana são características essenciais para uma equipe cripto. O mercado não dorme. Não para. Não perde tempo. E você também não pode. Mas talvez você durma melhor se tiver em quem confiar.
Além de todos os aspectos técnicos relacionados ao desenho do jogo, criação do tokenomics e elaboração do whitepaper, a atenção em tempo integral à comunidade, um relacionamento estreito com influencers e lo trabalho com launch pads, eles adoram o jogo.
Após esses 2 meses, penso que o sucesso do jogo está relacionado a algo que talvez funcione para qualquer coisa: o que quer que seja que você lance no mercado, você precisa ser a primeira pessoa a gostar e gostar muito. O que não tem valor aos seus criadores, dificuldade terá valor para uma comunidade.