Goldman Sachs projetou o dólar para R$ 4,40, bolsa brasileira continua em alta, apesar da falta de sinalização da queda da taxa SELIC, e se mantem na faixa dos 120 mil pontos enquanto BTC chega aos $31 mil e atingiu a máxima histórica na Argentina.
Muitas coisas ocorreram e os ventos parecem estar mudando. E os marinheiros estão atentos.
Nas ultimas semanas, três foram os assuntos que não puderam ser ignorados.
A expectativa pela queda da taxa de juros brasileira e as questões em torno da precificação ou não da ações brasileiras após rali de 24% em 92 dias do IBOVESPA.
A relação entre S$P500 vs IBOVESPA e dólar e BR.
A chuva de pedidos de ETF do BTC nos EUA e o aumento do preço do ativo.
Brasil
Vamos iniciar pelo Brasil e nossa bolsa.
Durante a semana, todos estavam atentos ao anúncio de juros do Comitê de Política Monetária, o Copom, aguardando a sinalização de uma possível queda nas taxas de juros do próximo anúncio. O anúncio não veio com a sinalização esperada, o que gerou criticas. Mas, diferente do último anúncio, não foi citado a possibilidade de novo aumento.
No dia seguinte ao anúncio de manutenção da taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) em 13,75%, o IBOVESPA fechou com uma queda de 2.04%, interrompendo uma subida quase ininterrupta de 11% em 21 dias. Dando uma brecha para os marinheiros.
É importante destacar que os anúncios da taxa de juros da SELIC estão correlacionadas aos dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) que sobre algumas ‘perspectivas’, estão ''sujos/manipulados’’ devido as intervenções estatais relacionadas as isenções dos combustíveis realizadas entre julho e setembro do ano passado. A taxa SELIC só deve ser reduzida quando houver certeza da trajetória de desaceleração da inflação. Enquanto não houver certeza, a posição é conservadora.
Para os navegantes de primeira viagem que não entendem bem a relação entre o desempenho das ações e a taxa de juros, quero fazer um adendo para que possamos estar juntos no barco.
Por que as ações sobem quando a taxa de juros cai?
Basicamente, qualquer investidor sempre vai considerar a relação entre risco/retorno para fazer um investimento.
Qual opção pode me gerar mais retorno por menor risco é sempre a pergunta a ser feita.
Quando a taxa de juros está alta, as opções de investimento de renda fixa se tornar mais atraentes. E você pode ter um desempenho de 12, 13, 14% anual emprestando dinheiro para o governo ou para grandes empresas, com a proteção do FGC. Sem grande dor de cabeça. Um bom retorno.
Quando a taxa começa cair, a rentabilidade das opções ‘seguras’ cai e os ativos considerados de risco, se tornam mais atraentes. Nesse momento, ações e criptomoedas tendem a ter uma melhor performance. Particularmente, eu acredito que o risco está mais associado aos investidores do que as classes de ativos. Mas isso é assunto para outro momento.
Para exemplificar a relação entre desempenho das ações e taxa de juros, plotei as caixas coloridas relacionadas as mudanças na taxa de juros com os dados que podem ser encontrados no site do Banco Central. O que vemos? Taxa de juros alta, bolsa cai. Taxa de juros cai, bolsa sobe. Parece até trivial demais, né? Mas é o que é.
Dólar a R$4,40 e as perspectivas sobre o Brasil
Ao mesmo tempo, os estrategistas de mercados emergentes da Goldman Sachs estimam que o dólar deve cair para R$ 4,40 nos próximos meses. O principal aspecto citado, claro, é a questão da taxa de juros, que colocam o Brasil em destaque e o cenário favorável para o país.
Nos últimos 22 anos, o rendimento acumulado de quem permaneceu aplicado no juros brasileiro foi de quase 200%, muito acima de países como Turquia, Polônia, índia, Peru e Austrália.
Isso faz com que os Brasileiros fiquem com o patrimônio do país. Mas isso atrai não apenas brasileiros. E claro que já outros aspectos que precisam ser citados. O crescimento de 1.2% no PIB do Brasil no 2° trimestre surpreendeu a todos, colocando o país no TOP10 dos países com maiores crescimento econômico do mundo. E as Projeções feitas essa semana estimam que o PIB brasileiro cresça 2,3% em 2023. Os números do Brasil até fizeram com que o economista chefe do Instituto Internacional de Finanças chamasse o Brasil de ‘Suíça da América Latina.’ devido ao superávit comercial.
IBOVESPA & S&P500
A perspectiva parece ótima.
Entretanto, a bolsa brasileira já subiu mais de 24%. Ainda tem espaço para subir? O otimismo está precificado?
Eu realmente não acredito que ainda esteja precificado. Apenas em abril o fluxo de entrada de capital na bolsa brasileira começou a ocorrer. Os meses de janeiro e fevereiro viram fluxos negativos.
E não sou só eu. A gestora de fundos multimercados Absolute que administra R$ 30 bilhões de reais passou de vendida para comprada na bolsa brasileira apenas nos últimos 30 dias. Estamos no início do movimento. Se os ventos não mudarem.
E um aspecto que acredito que valha muita atenção, é a relação de desempenho entre IBOVESPA e o S&P500.
A economia americana tem se fortalecido, e recentemente a inflação está recuando. Mas ainda estamos muito distantes dos 2% estabelecidos como meta. Mas ao que tudo indica, a trajetória parece ajustada. E a bolsa Americana também tem reagido. Mas então, devemos estar comprados só lá?
Eu sinto que a bolsa brasileira é muito menosprezada. Mas, se olhamos para o desempenho das duas nos últimos anos, o IBOVESPA ganha do S&P, principalmente nos momentos de alta. Claro que ele acaba perdendo na queda. A bolsa brasileira é menor e é mais volátil. Mas, considerando os dados e o timming. É uma insanidade não olhar para a bolsa brasileira.
Riscos Brasil
Mas claro, há vários riscos que precisam ser considerados.
Os ‘discursos’ relacionados aos empréstimos para a Argentina e a ajuda aos países quebrados da América Latina são extremamente perigosos. Ano que vem acaba o mandato do Campos Neto. Há muitas incertezas para o próximo ano.
Então, como não sabemos o que o futuro nos aguarda, vamos ao Bitcoin!!!!!!!!!!
Bitcoin: ATH na Argentina, ETFs e os institucionais
O Bitcoin deslanchou essa semana após os anúncios de pedido de ETF de gigantes do mercado financeiro tradicional. O retorno acumulado desde novembro de 2022 é de 97%!!!!!! Mas a boa notícias é que ainda estamos distantes da ATH do ciclo passado.
A sensação geral é que ocorreu uma grande conspiração pra derrubar o preço do ativo e ‘’afastar’’ os players nativos cripto como Binance e Coinbase, pra preparar o terreno, de forma realmente injusta, para BlackRock, Citadel e Fidelity entrarem na jogada.
Além disso, precisamos o timming do pedido do ETF. Conforme já citei em um vídeo anterior, estamos nos aproximando do halving, que historicamente marca uma grande alta do Bitcoin. A aprovação do ETF coincidiria com uma grande alta e boas grandes de sucesso para o ETF.
Mas o ponto é que com ou sem ETF. Com ou sem novos institucionais. A coisa já está ficando bonita. O Bitcoin atingiu os US$31 mil doláres e bateu a ATH na Argentina. É bem curioso porque lembro desse momento acontecendo na última alta. Do BTC batendo semana pós semana, a ATH nos países mais ferrados pela inflação.
Já começou.
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